quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Entrada quinta - Relatório de um lançamento


Estive a consultar o calendário de lançamentos, até que me lembrei que fui a alguns. Inconscientemente, mas fui.

O último que passo a relatar foi este ano no FIBDA - Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora. O nome parece atacar as mentes mais intelectuais, talvez sim, talvez não. Sejam fãs de banda desenhada, romance histórico, poesia, etc, é literatura. fui mais entusiasta, admito, mas fui com curiosidade àquele lançamento.
Sean Murphy é o seu nome, para mim desconhecido até então que veio lançar a sua Graphic Novel, Off Road em Portugal editada pela Kinping Books (apenas em Portugal).
De acordo com o que pude reter da aula, um lançamento difere tendo em atenção o público e o próprio livro. Daí o FIBDA ter sido o melhor local para o lançamento, local e o tempo, pois noutra ocasião e o livro teria passado por debaixo do radar de muitos fãs.
Num "canto" apropriado para a ocasião sentava-se Sean Murphy e o português Mário Freitas, proprietário da Kinping. O espaço era humilde, mas ao mesmo tempo directo para a ocasião, não houve uma festa, catering, música e pompa. Apenas gente a passar pela exposição que parava para ver o que se passava, e fãs. Havia uma mesa com alguns exemplares do livro, porque é isso que se quer. Não se pode vender peixe fresco sem a presença do dito cujo.
Iniciou-se com a apresentação do autor, falou-se dos projectos antigos do mesmo e do porquê de ter criado esta GN (Graphic Novel). Perguntas da praxe. O público, sempre tímido, lá teve o seu tempo de antena.
Fugiu a conversa e falou-se de comics em geral, parecia uma conversa de amigos, muito informal e íntimo. Acho que este tipo de lançamento pode dar-se ao luxo disto; uma coisa de fãs para fãs, todos entusiastas do mesmo. Não houve vedetas, egos, nem interesses no meio. pessoas que gostam do que fazem.
Sinceramente, não me pareceu um lançamento, mas um encontro de café onde se discutiram hobbies. É mau? Depende, aqui funciona perfeitamente. Funcionaria com outros lançamentos? Talvez sim, talvez não.
O público era novo, o material a ser lançado pode ser considerado diferente, o local onde foi lançado, por quem foi lançado, todos factores que podem ter influenciado este lançamento.
Mais, Portugal tem de sair do correcto e arriscar mais, sejam em lançamentos assim, ou em autores desconhecidos.

P.S: Não, ainda não li.

4 comentários:

  1. Interessante, André. O seu texto é bom, poderia apenas preencher algumas lacunas do evento em si e da própria escrita. Mas concordo que BD, ou como se denomina no Brasil -HQ-, permitem uma maior informalidade, claro que o fato de o lançamento ter ocorrido em um Festival também contribui pra isso,uma vez que em festivais um milhão de coisas acontecem ao mesmo tempo. Eu gosto muito de HQs,BDs e GNs, aqui em Lisboa há alguma livraria especializada nisso?

    ResponderEliminar
  2. Primeiro de tudo, obrigado.
    Segundo, o que são HQ e GN? Se há lojas especializadas? Sim, a BDmania na baixa-chiado, a KinPing Books algures na alameda, não sei bem onde fica. A Casa da BD na feira da ladra que importa imensos livros brasileiros e claro, a Fnac.

    Este festival, FIBDA, fica a informação conta sempre com a participação de Mauricio de Sousa.

    ResponderEliminar
  3. HQ= história em quadrinho, também chamada de gibi no Brasil.
    GN= Graphic Novel
    Aqui há publicações próprias de Neil Gaiman, Alan More, Frank Miller e cia? Ou são importados do Brasil? Lá se exportam talentos nessa área e os próprios autores ficam impressionados com a qualidade das edições e do trabalho gráfico brasileiro. De acordo com eles, chega a superar o americano.
    Eu queria uma Edição portuguesa da "Piada mortal". Eu coleciono edições dessa hq!

    ResponderEliminar
  4. Tem de tudo, a FNAC até tem coisas desconhecidas :)

    ResponderEliminar