quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Novas sobre o livro
A questão da capa já está quase resolvida (um ajuste aqui, outro acolá, talvez) e a paginação completa. Sejamos pacientes. Só temos de esperar mais uns dias pelos resultados.
E o que há mais para dizer?
Enfim, é tão bom trabalhar em Agosto...
terça-feira, 19 de julho de 2011
Entrevistas - o livro
tínhamos um guião, uma estratégia, um plano - e um meio de comunicação, este blogue. Utilizamo-lo? Dão-me conta da evolução (estou segura que fermosa e segura) do vosso projecto?
Hum? Sinto-me um bocado à nora... Não é sensação que me desagrade, estou habituado. Mas vocês não estão.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Debate sobre livros (organizado por ex-alunos do curso)
13 DE JULHO (próxima 4a feira)
21h30
Bartô do Chapitô, em Lisboa
“No metro, nos correios, junto da banca das couves no supermercado, ele é ver livros brotar dos recantos mais insuspeitos e, estranheza maior, leitores que chegam ao balcão dos correios empunhando contas de electricidade e sérios tomos de auto-ajuda.
Restam poucas dúvidas de que pisámos, aqui, uma linha limítrofe. Mas limítrofe de quê? Que princípios culturais são estes que regem a compra e venda de livros?
As vendas tomaram de assalto a indústria do livro e o leitor foi elevado à condição de consumidor. A quantos de nós, leitores, nos perguntaram editores, livreiros ou autores, o que gostaríamos de ler? Será que nos revemos verdadeiramente nos escaparates atolados de novidades ou que as nossas escolhas estão, hoje, mais condicionadas que nunca pela abundância de oferta e ausência de aconselhamento? Onde está o meu livreiro? Quem é o meu editor? Por que comprei este livro?”
Convidados: Ricardo Ribeiro, Joaquim Gonçalves, Pedro Vieira, Luís Guerra
Moderação: Rosa Azevedo
domingo, 19 de junho de 2011
Aula extra
1) discussão dos trabalhos já entregues
2) manual de edição (coisas que tratámos, que não tratámos)
3) preparação para o estágio
4) questões vossas
sábado, 18 de junho de 2011
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Aula de 25/5
Em princípio há meadas óbvias: acentos, pontuação, itálicos, linhas caídas, hífens... Mas há sempre uma repetição que, embora gritante, tinha passado. E isso porquê? Porque os nossos olhos e a nossa mente "corrigem" o texto.
Como exemplo demos o exercício dos 9 pontos (aqui não consigo reproduzir bem, mas todos sabem que estão equidistantes).
. . .
. . .
. . .
E a regra a cumprir é: "passar por estes 9 pontos com 4 segmentos de recta sem levantar a caneta."
Passados alguns minutos, vemos dois tipos de "erros". Um grave, que é não tomar nota, não registar o erro, fazer só a operação mentalmente; o outro menos grave, que é ver um quadrado (seguir uma regra criada por nós e pela nossa percepção visual) onde só há 9 pontos.
A solução é simples (depois de a sabermos, bem entendido): sair do quadrado, porque... não há quadrado!
a) traçar uma linha horizontal até sair "fora" (uma medida para lá do 3º ponto)
b) na direcção inversa uma diagonal que apanha os pontos 6 e 8 e fica por baixo do 7
c) traçar uma vertical ascendente até ao ponto 1
d) uma diagonal descendente do 1 ao 9 passando pelo "do meio"
quarta-feira, 25 de maio de 2011
sábado, 7 de maio de 2011
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Maria do Rosário Pedreira - Lição e "Masterclass"
100 lições do programa comemorativo do Centenário da Universidade de Lisboa, a editora Maria do Rosário Pedreira, responsável no Grupo Leya da procura de Novos Autores, vai dar UMA LIÇÃO no dia 5, próxima quinta, às 18h, na Sala de Conferências da Reitoria da Universidade de Lisboa.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
domingo, 3 de abril de 2011
Entrevista a um Editor Omanita
quarta-feira, 30 de março de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
A Pléiade e a Imortalidade
segunda-feira, 28 de março de 2011
Um pequeno teste de leitura na sequência da aula anterior (23/3)
Autor 1:
Por que razão não voltaste a telefonar e me deixas assim, suspensa, à tua espera? Nem para o emprego
(conheces o número do emprego)
nem para casa, sabes que estou sozinha, não recebo ninguém, uma amiga de tempos a tempos que não impede que ligues, quando muito saio uma hora ou duas ao sábado para visitar a minha mãe, nunca vou ao cinema, nunca janto fora, como qualquer coisa por aqui, leio uma revista
(nem leio uma revista, folheio, vejo as fotografias e é tudo, ou antes nem vejo as fotografias, fico a pensar em ti)
poiso a revista, abro a televisão, fecho a televisão, vou à janela espreitar a rua, penso que é o teu carro a estacionar lá em baixo e nunca é o teu carro a estacionar lá em baixo, nunca és tu a fechar a porta com o comando eléctrico e as luzes do automóvel a acenderem-se e a apagarem-se, nunca são os teus dois toques de campainha, nunca é o teu aceno no capacho nem o embrulhinho de biscoitos de que não gosto e me forço a comer e a fazer dieta no dia seguinte dado que os biscoitos engordam, nunca é a tua mão no meu ombro
- A minha menina
o teu perfume, a tua maneira de acomodar o rabo no sofá, a tua aliança que apesar de normal me parece sempre enorme e me dói, não tenho coragem de te confessar que me dói mas dói, conforme me doem as tuas mentiras
- Há anos que não há nada entre nós (...)
Autor 2:
Contudo, no caso do homem que queria um barco, as coisas não se passaram bem assim. Quando a mulher da limpeza lhe perguntou pela nesga da porta, Que é que tu queres, o homem, em lugar de pedir, como era o costume de todos, um título, uma condecoração, ou simplesmente dinheiro, respondeu, Quero falar ao rei, Já sabes que o rei não pode vir, está na porta dos obséquios, respondeu a mulher, Pois então vai lá dizer-lhe que não saio daqui até que ele venha, pessoalmente, saber o que quero, rematou o homem, e deitou-se ao comprido no limiar, tapando-se com a manta por causa do frio. Entrar e sair, só por cima dele. Ora, isto era um enorme problema, se tivermos em consideração que, de acordo com a pragmática das portas, ali só se podia atender um suplicante de cada vez, donde resultava que, enquanto houvesse alguém à espera de resposta, nenhuma outra pessoa se poderia aproximar a fim de expor as suas necessidades ou as suas ambições. À primeira vista, quem ficava a ganhar com este artigo do regulamento era o rei, dado que, sendo menos numerosa a gente que o vinha incomodar com lamúrias, mais tempo ele passava a ter, e mais descanso, para receber, contemplar e guardar os obséquios. À segunda vista, porém, o rei perdia, e muito, porque os protestos públicos, ao notar-se que a resposta estava a tardar mais do que o justo, faziam aumentar gravemente o descontentamento social, o que, por seu turno, ia ter imediatas e negativas consequências no afluxo de obséquios. No caso que estamos narrando, o resultado da ponderação entre os benefícios e os prejuízos foi ter ido o rei, ao cabo de três dias, e em real pessoa, à porta das petições, para saber o que queria o intrometido que se havia negado a encaminhar o requerimento pelas competentes vias burocráticas. Abre a porta, disse o rei à mulher da limpeza, e ela perguntou, Toda, ou só um bocadinho. O rei duvidou por um instante, na verdade não gostava muito de se expor aos ares da rua (...)
Autor 3:
É esta a mais grandiosa história dos homens, a de tudo o que estremece, sonha, espera e tenta, sob a carapaça da sua consciência, sob a pele, sob os nervos, sob os dias felizes e monótonos, os desejos concretos, a banalidade que escorre das suas vidas, os seus crimes e as suas redenções, as suas vítimas e os seus algozes, a concordância dos seus sentidos com a sua moral. Tudo o que vivemos nos faz inimigos, estranhos, incapazes de fraternidade. Mas o que fica irrealizado, sombrio, vencido, dentro da alma mais mesquinha e apagada, é o bastante para irmanar esta semente humana cujos triunfos mais maravilhosos jamais se igualam com o que, em nós mesmos, ficará para sempre renúncia, desespero e vaga vibração. O mais veemente dos vencedores e o mendigo que se apoia num raio de sol para viver um dia mais, equivalem-se, não como valores de aptidões ou de razão, não talvez como sentido metafísico ou direito abstracto, mas pelo que em si é a atormentada continuidade do homem, o que, sem impulso, fica sob o coração, quase esperança sem nome.
Eis Quina, exemplo de energias humanas que entre si se devoraram e se deram vida. Vaidade e magnífico conteúdo espiritual foram os seus pólos; equilibrando-se entre eles, percorreu um extremo e outro da terra, venceu e foi vencida, sem que, porém, as suas aspirações mais inquietantes deixassem de ser, no seu íntimo, as mesmas formas incompletas, chave da transfiguração que os homens eternamente tentam moldar e se legam de mão em mão, como um segredo e como uma dúvida.(...)
Autor 4:
Somos cinco numa cama. Para a cabeceira, eu, a rapariga, o bebé de dias; para os pés, o miúdo e a miúda mais pequena. Toco com o pé numa rosca de carne meiga e macia: é a pernita da Lina, que dorme à minha frente. Apago a luz, cansado de ler parvoíces que só em português é possível ler, e viro-me para o lado esquerdo: é um hálito levemente soprado, pedindo beijos no escuro que me embala até adormecer. Voltamo-nos, remexemos, tomados pelo medo de estarmos vivos, pela alegria dos sonhos, quem sabe!, e encontramos, chocamos carne, carne que não é nossa, que é um exagero, um a-mais do nosso corpo mas aqui, tão perto e tão quente, é como se fosse nossa carne também: agarrada (palpitante, latejando) pelos nossos dedos; calada (dormindo, confiante) encostada ao nosso suor. (...)
Somos gente pura: os mais novos não sabem o que é a promiscuidade, a minha rapariga se vir a palavra escrita deve achá-la muito comprida e custosa de soletrar: pro-mis-cu-i-da-de (pelo método João de Deus, em tipos normandos e cinzentos às risquinhas, até faz mal à vista!). A promiscuidade: eu gosto. Porque me cheira a calor humano, me sobe em gosto de carne à boca, rne penetra e tranquiliza, me lembra - e por que não ?! - coisas muito importantes (para mim, libertino se o permitem) como mamas, barrigas, pele, virilhas, axilas, umbigos como conchas, orelhas e seu tenro trincar, suor, óleos do corpo, trepidações de bicharada. E a confusão dos corpos, quando se devoram presos pelos sexos e as bocas. E as mãos, que agarram e as pernas, que enlaçam. Máquinas que nós somos, máquinas quase perfeitas a bem dizer maravilhosas, inda que frágeis, como não admirar as nossas peças, molas e válvulas e veias, todas elas animadas por um sopro que lhes parece alheio mas sai do seu próprio movimento, do arfar, dos uivos do animal, do desespero do anjo caído. E a par disso que é o trivial, que é o que cada um, tosco ou aleijado tem para dar e trocar, fatalidades, na sua mísera ou portentosa condição de bicho, a beleza, que é a surpresa, a harmonia das formas, que é a excepção e a inteligência, que é a reminiscência dos deuses. Ao lado do bicho, natural e informe, a estátua - onde a carne se afeiçoou em linhas puras, sabe-se lá porquê, por quem e para que fim (sim, o fim sabemos e é o que irmana todos na caveira desdentada horrível a rir-se muito da beleza e dos olhos que a gozavam, da estátua viva e das mãos que a percorriam demoradamente, enlevadas). (...)
quinta-feira, 24 de março de 2011
Eurovision 1977 - Os Amigos - Portugal no coração
Comentário: 1977 - em parte o produto que os Homens da Luta agora homenageiam/parodiam com carinho, troça, ironia, duplos sentidos dentro de duplos sentidos. Podemos talvez comparar os dois vídeos.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Cálculos à margem
Um belo artigo. sobre os custos de livro em papel Vs. pixel. Esta chegou-nos via Blogtailors. Vale a pena ler e ajuda a pensar.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Proposta de exercício de edição
1) O que está bem?
2) O que poderia ser corrigido?
A versão da Ana Carina e da Andreia
Estúpido/Estupidez
“O que os jovens hoje em dia chamam de erva.
À deriva, como nuvens que se escapam dos seus lábios.
Que ninguém apareça esta noite, ou telefone a pedir ajuda.
Porque ajuda é o que ele menos pode oferecer esta noite.
Uma tempestade ruge lá fora. Mares revoltos e ventos tempestuosos do oeste.
A mesa onde ele se senta é de noventa de comprimento, por quarenta e cinco de largura.
Na escuridão do quarto, reina a reflexão.
Talvez ele escreva um livro de aventuras. Ou uma história para crianças. Ou uma peça
para duas personagens femininas, uma das quais é cega.
O degolador deverá entrar no rio.
O que ele fará será aprender a lançar o seu próprio isco.
Poderia enviar um pouco mais de dinheiro a cada um dos seus parentes ainda vivos.
Àqueles que já esperam algo mais no correio no início de cada mês.
Sempre que lhe escrevem, dizem que se está a acabar.
Ele conta as cabeças pelos dedos e apercebe-se de que ainda estão vivos.
E se ele preferir ser recordado nos sonhos dos desconhecidos?
Ele levanta os olhos para a clarabóia, onde a chuva martela.
Depois de um momento – quem sabe quanto? - os olhos rogam para se fechar. E ele fecha-os.
Mas a chuva continua a martelar. Será um temporal?
Deverá ele fazer alguma coisa? Proteger, de alguma forma, a casa?
O Tio Bo esteve casado com a tia Ruby durante 47 anos. Depois, enforcou-se.
Abriu os olhos outra vez. Nada faz sentido. Tudo faz sentido.
Quando passará a tempestade?”
A versão da Mariana e da Isabel
É o que os putos hoje chamam de erva E isso espalha
dos seus lábios como nuvens. Ele espera que ninguém
venha à noite, ou lhe ligue pedindo ajuda.
Ajuda, é o que ele tem mais em falta, esta noite.
Uma tempestade rebenta lá fora. Mares agitados
com ventos fortes vindos de oeste. A mesa onde ele
se senta tem, dizem, dois cúbitos de comprimento e um de largura.
A escuridão do quarto abunda a introspecção.
Pode ser que ele escreva um romance de aventuras. Ou
uma história para crianças. Uma peça para duas personagens femininas,
uma delas cega. O assassino deve aparecer de dentro
do rio. Uma das coisas que ele irá aprender
é a amarrar os próprios cadarços. Talvez ele deva mandar
mais dinheiro a cada um dos membros
sobreviventes da sua família. Aqueles que já esperam algo
no correio, no primeiro no correio de cada mês.
Cada vez que eles lhe escrevem, dizem-lhe
que estão apertados. Ele conta pelos dedos
e percebe que estão todos a sobreviver. Qual é o mal
se ele preferir ser lembrado nos sonhos de estranhos?
Ele ergue seus olhos para as clarabóia onde a chuva
martela. Passado algum tempo ―
quem sabe quanto? ― os seus olhos pedem
para serem fechados. E ele fecha-os.
Mas a chuva continua a martelar. Será isto um temporal?
Deveria ele fazer algo? Assegurar a casa
de alguma forma? O tio Bo ficou casado com a tia Ruby durante 47 anos. Então enforcou-se.
Ele abre os olhos outra vez. Nada a acrescentar.
Tudo se acumula. Quanto tempo vai durar esta tempestade?
A versão da Sara e da Diana
Era aquilo a que os miúdos chamavam erva. Flutua
como nuvens dos seus lábios. Ele espera que ninguém
venha esta noite ou telefone a pedir ajuda.
Ajudar é o menos que pode fazer esta noite.
Uma tempestade agita-se no exterior. Mares revoltos
com ventos tumultuosos vindos do oeste. A mesa à sua frente
tem, digamos, dois côvados em comprimento e um em largura.
A escuridão no quarto fervilha com ideias.
Talvez escreva um livro de aventuras. Ou
uma história infantil. Uma peça para duas personagens femininas
uma das quais é cega. O Assassino deveria vir
no rio. Uma coisa que aprenderá
é a preparar o seu próprio isco. Talvez deva dar
mais dinheiro a cada um dos familiares
que sobrevivem. Aqueles que já esperam alguma coisa
no correio, no primeiro dia de cada mês.
Sempre que escrevem dizem-lhe
Precisam de mais.
Ele conta-os pelos dedos
E vê que todos eles sobrevivem. Que interessa
se ele prefere ser lembrado nos sonhos de estranhos?
Ergue os olhos para a clarabóia onde a chuva
continua a bater. Após um momento…
quem sabe quão longo?… os seus olhos pedem
para ser fechados. E ele fecha-os.
Mas a chuva continua a bater. Será isto uma temporal?
Deveria fazer alguma coisa? Proteger a casa
de alguma forma? O Tio Bo manteve-se casado com a Tia Ruby por 47 anos. Depois enforcou-se.
Ele abre os olhos novamente. Nada faz sentido.
Tudo faz sentido. Durante quanto tempo continuará a tempestade?
A versão da Sara e da Diana
Era aquilo a que os miúdos chamavam erva. Flutua
como nuvens dos seus lábios. Ele espera que ninguém
venha esta noite ou telefone a pedir ajuda.
Ajudar é o menos que pode fazer esta noite.
Uma tempestade agita-se no exterior. Mares revoltos
com ventos tumultuosos vindos do oeste. A mesa à sua frente
tem, digamos, dois côvados em comprimento e um em largura.
A escuridão no quarto fervilha com ideias.
Talvez escreva um livro de aventuras. Ou
uma história infantil. Uma peça para duas personagens femininas
uma das quais é cega. O Assassino deveria vir
no rio. Uma coisa que aprenderá
é a preparar o seu próprio isco. Talvez deva dar
mais dinheiro a cada um dos familiares
que sobrevivem. Aqueles que já esperam alguma coisa
no correio, no primeiro dia de cada mês.
Sempre que escrevem dizem-lhe
Precisam de mais.
Ele conta-os pelos dedos
E vê que todos eles sobrevivem. Que interessa
se ele prefere ser lembrado nos sonhos de estranhos?
Ergue os olhos para a clarabóia onde a chuva
continua a bater. Após um momento…
quem sabe quão longo?… os seus olhos pedem
para ser fechados. E ele fecha-os.
Mas a chuva continua a bater. Será isto uma temporal?
Deveria fazer alguma coisa? Proteger a casa
de alguma forma? O Tio Bo manteve-se casado com a Tia Ruby por 47 anos. Depois enforcou-se.
Ele abre os olhos novamente. Nada faz sentido.
Tudo faz sentido. Durante quanto tempo continuará a tempestade?
quinta-feira, 10 de março de 2011
quarta-feira, 9 de março de 2011
Novas andanças do marketing dos que não têm marketing
Livros Cotovia
Uma tarde com a colecção Judaica
Livros da nova colecção a preços muito especiais
Trechos de livros de Paul Celan, Iosif Brodskii, Adrienne Rich e Moacyr Scliar lidos por Andresa Soares, Diogo Dória e Cláudio da Silva
Livros manuseados, novos e esgotados, edições antigas e raras, de ficção, poesia, teatro, entre outros
Pratos e petiscos da cozinha judaica servidos pelo Bica-me
Sábado 12 de Março 2011
12h-18h
Clube Ferroviário
Rua de Santa Apolónia nº59, Lisboa
Visite-nos. Afinal, escolhemos excelentes livros para si há mais de 20 anos.
Clique aqui para remover o seu email
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Proposta de exercício de tradução (a entregar até 20/2)
It's what the kids nowadays call weed. And it drifts
like clouds from his lips. He hopes no one
comes along tonight, or calls to ask for help.
Help is what he's most short on tonight.
A storm thrashes outside. Heavy seas
with gale winds from the west. The table he sits at
is, say, two cubits long and one wide.
The darkness in the room teems with insight.
Could be he'll write an adventure novel. Or else
a children's story. A play for two female characters,
one of whom is blind. Cutthroat should be coming
into the river. One thing he'll do is learn
to tie his own flies. Maybe he should give
more money to each of his surviving
family members. The ones who already expect a little
something in the mail first of each month.
Every time they write they tell him
they're coming up short. He counts heads on his fingers
and finds they're all survivng. So what
if he'd rather be remembered in the dreams of strangers?
He raises his eyes to the skylights where rain
hammers on. After a while --
who knows how long? -- his eyes ask
that they be closed. And he closes them.
But the rain keeps hammering. Is this a cloudburst?
Should he do something? Secure the house
in some way? Uncle Bo stayed married to Aunt Ruby for 47 years. Then hanged himself.
He opens his eyes again. Nothing adds up.
It all adds up. How long will this storm go on?
Raymond Carver
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
É Portugal ninguém leva a mal - Opinião - DN
Passei o dia a assistir (rádios, televisões...) à velha definição dos tolos: aponta-se a Lua e eles olham o dedo. O dia foi dedicado aos primeiros 70 portugueses que se preparavam para abandonar o Egipto. Abriram--se os noticiários com acentos épicos: que eles partiriam hoje às 10.30 locais - e estas são 08.30 de Lisboa, disse-se com exactidão, talvez para eu saber a que horas teria de começar a roer as unhas... Olhem, no Egipto há 30 mil turistas britânicos e em nenhum jornal inglês vi catapultado o seu repatriamento para primeira notícia; há 90 mil americanos e o New York Times tratou os voos de repatriação como notícia secundária; os espanhóis El País e El Mundo também foram discretos... Sabem porquê? Pelo critério da proximidade, essa lei que faz privilegiar uma notícia próxima em relação a uma longínqua. Para os ignorantes, esse critério fê-los pensar que o turista nacional é que é importante. Seria, se não houvesse o que há. Mas a magnitude dos acontecimentos egípcios é tal que os jornais sérios perceberam que é ela que porta em si a proximidade: ela pode mudar a vida do mundo, de nós todos. Por isso, nos países civilizados a irrelevância das férias encurtadas foi posta no seu lugar secundário. Mas não tenho ilusões, por cá, hoje (dia da grande manifestação cairota), vou passar o dia a ver microfones estendidos ao horror da viagem num barulhento C-130 chegado à Portela.
Ferreira Fernandes,DN 1/2/11
Comentário: a questão do essencial e do acessório é essencial em edição. Porquê? Porque a escrita e a publicação de um texto são isso mesmo: opção, escolha. E quando uma pessoa tem de optar entre uma opção e uma escolha, who you gonna call? Por isso se fala, tanto para livros como para a TV, em "critérios editoriais".
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Notas de Teoria de Edição
Ana Carina Morais - 14
Ana Paula Limão Ferreira- 16
André Pereira - 17
Armando Alves - 17
Carla Vieira - 16
Carlos Miranda - 14
Cátia Ribeiro - 16
Andreia Gonçalves - 15
Helena Angelino - 16
João Cancela - 18
Isabel Marques - 14
Marian Pithon - 15
Obviamente, estou aberto a discuti-las.
domingo, 16 de janeiro de 2011
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Tinta nos Nervos: BD no Museu do Comendador
sábado, 8 de janeiro de 2011
Editoras de livros apanhadas pelas redes
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Lançamento do livro José Saramago nas Suas Palavras
Dia 15 de Novembro decorreu o lançamento do livro José Saramago nas Suas Palavras, que teve lugar na Biblioteca Municipal Central - Palácio Galveias, local que o escritor tinha por costume frequentar quando ainda se encontrava em Portugal.
Tive conhecimento deste lançamento a partir de um e-mail que me enviaram e decidi ir, juntamente com a minha colega Helena Angelino, que também se mostrou interessada.
Chegámos ao local por volta das 18.10h. Não se podia dizer que estivesse muita gente, provavelmente por o autor já não se encontrar entre nós, tratando-se assim de um lançamento sem o escritor... Havia somente duas câmaras no local para fotografar o evento.
Como é habitual, na entrada da sala onde se deu o lançamento, estava montada uma banca onde se vendiam alguns exemplares.
Com um ritmo lento, as pessoas entraram na sala e enquanto se sentavam, falavam e cumprimentavam-se, ao passo que eu e a Helena não conhecíamos ninguém como era de esperar.
Em frente do público reunido, estava uma mesa de onde se fez a apresentação do livro. Nela, encontravam-se Zeferino Coelho, editor da Caminho, a jornalista Clara Ferreira Alves, Fernando Gómez Aguilera, que seleccionou os excertos que compõem a obra e os organizou e por fim, Pedro Lamares, o responsável pela leitura de algumas passagens.
O discurso começou com palavras de agradecimento de Zeferino Coelho por Saramago ter depositado a sua confiança na editora Caminho. Carla Ferreira Alves lamentou o estranho que é o escritor não se encontrar entre nós e lembrou que faria 88 anos dia 16 de Novembro. Explicou no que é que consiste a obra e descreveu-a como uma espécie de antologia de frases, palavras e máximas ditas por Saramago ao longo da vida, sobretudo em entrevistas a jornais e revistas. CFA considera que a voz do escritor esclareceu o mundo, Portugal, as pessoas... Salientou que José Saramago era alguém que dizia o que pensava sem rodeios, com clareza e lucidez. Evidenciou a importância de dizer “não”: “A capacidade de ser livre (...) a liberdade moral, intelectual, íntima e colectiva, transmite-se na capacidade de dizer não”.
Seguiu-se Fernando Gómez de Aguilera que destacou a importância do conteúdo da escrita do autor. Utilizou alguns ditos de Saramago para exemplificar, ao dizer que dentro das palavras está o ser humano e que as palavras sem consciência não têm conteúdo. FGA lembra com isto, que Saramago respondia sempre com muita consciência. Referiu, também, um prólogo que o escritor escrevera sobre Quixote, no qual expôs uma teoria muito interessante ao dizer que existem quatro portas para o conhecimento, sendo a primeira destas a curiosidade, a segunda a leitura e o saber, a terceira a imaginação e a quarta a liberdade. Também nos lembrou que as suas personagens estão sempre a caminhar... Podemos constatar isso no Memorial do Convento, na Viagem do Elefante, em Caim... caminham sempre em direcção à liberdade. Esse caminho começa por saber dizer “Não”.
Referiu-se muito o seu humanismo crítico e a prioridade que dava ao ser humano, sendo esta obra exemplo disso mesmo.
Por fim, falou Pedro Lamares, destacado para ler algumas passagens do livro, que me pareceram bem escolhidas porque me deram vontade de o ler, mas claro que o que citou não pôde demonstrar toda a riqueza da obra como ele mesmo o disse. Leu uma passagem que explicava a origem do nome Saramago e outras que apontei e que considerei bonitas e verdadeiras. São algumas delas: “A felicidade é uma invenção para tornar a vida suportável”; “É aterrador o uso que se pode fazer de uma palavra”; “ A obra feita é sempre maior do que quem a fez”; “A nossa única defesa contra a morte é o amor”, entre outras.
No fim da apresentação ouvimos algumas palavras de Pilar del Río que se levantou do público e se dirigiu à mesa. Agradeceu a Pedro a selecção escolhida e deu-nos a conhecer a opinião do marido em relação à crise que assola Portugal. Saramago terá dito que a crise que se diz económica é antes uma crise de moral.
Este lançamento foi muito centrado no autor, tal como o livro o é. Como foi dito na apresentação, embora seja uma obra feita de entrevistas, lembra um ensaio que diz o que devemos ser.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Relatório de um lançamento
Após todos se sentarem na sala adjacente, Zeferino Coelho, o editor de José Saramago, falou um pouco sobre o escritor e passou rapidamente a palavra a Clara Ferreira Alves. A jornalista disse algumas palavras sobre Saramago - que, se fosse vivo, faria oitenta e oito anos no dia seguinte - contou como conhecera o escritor, disse que, para o Nobel português, o mais importante na vida era a capacidade de ser livre e que o tinha ouvido afirmar que "se calhar, a literatura não tem de servir para nada". Clara Ferreira Alves disse que a dignidade e a capacidade de dizer 'não' eram cruciais para Saramago. A jornalista acrescentiu que, para Saramago, o que nos distinguia era a possibilidade de dizermos o que pensávamos e que o escritor receava perder a língua portuguesa ao mudar-se para Lanzarote.
O interveniente seguinte foi Fernando Gómez Aguilera - editor de Saramago em Espanha. Aguilera falou um pouco do escritor e contou que era na Biblioteca Municipal Central — Palácio Galveias que Saramago mais gostava de estar para ler. Contou que, para Saramago, havia quatro portas para o conhecimento: a curiosidade, a leitura, a imaginação e a liberdade. Revelou que uma das metáforas da sua obra era a viagem. O editor espanhol ouviu Saramago dizer várias vezes para as pessoas não se resignarem, para se indignarem, que o ser humano é que era a prioridade e que a maior de todas as revoluções era a da bondade.
O actor Pedro Lamares leu algumas passagens do livro, referindo que ‘Saramago’ era a alcunha da família - e que o pai de José não gostava - e que o verdadeiro apelido do autor era Sousa. Leu passagens onde o prémio Nobel afirmava que “o único lugar que se habita de facto é a memória”; que “a ética é a mulher mais bonita do universo” e que “a única defesa da humanidade contra a morte era o amor”.
Por último, Pilar Del Río disse algumas palavras sobre Saramago, sobre os seus últimos dias e sobre as últimas reuniões com os amigos na casa de Lanzarote. Com voz trémula, Pilar recordou uma das últimas conversas entre amigos em que Saramago afirmara que a presente crise não é económica, mas sim moral. Após uma salva de palmas dos presentes, o lançamento chegou ao fim.