terça-feira, 30 de novembro de 2010

cem mil euros já é dinheiro

'O júri do Prémio Leya 2010 decidiu não atribuir a distinção relativa a este ano por considerar que os textos originais apresentados a concurso “se apresentam prejudicados por limitações na composição narrativa e por fragilidades estilísticas”.
No final da reunião que decorreu esta tarde em Alfragide, sede do grupo editorial, o júri considerou ainda que as obras concorrentes “não correspondem à importância e ao prestígio do Prémio Leya no âmbito das literaturas de língua portuguesa”.
Para a edição deste ano, o júri presidido por Manuel Alegre e constituído também por José Carlos Seabra Pereira, Nuno Júdice, Pepetela, Carlos Heitor Cony, Rita Chaves e João Amaral analisou quatro obras finalistas (três de autores portugueses e uma de autor brasileiro) a partir de uma pré-selecção, realizada pela Leya, dos 325 títulos enviados a concurso.
O prémio, de 100 mil euros – e que é o maior em valor pecuniário no domínio da literatura de expressão portuguesa –, foi criado em 2008 e nas duas primeiras edições foi conquistado pelo brasileiro Murilo Carvalho, com a obra “O Rastro do Jaguar” (2008), e pelo moçambicano João Paulo Borges Coelho, com “O Olho de Hertzog” (2009).'

Não sabia que este prémio era tão chorudo. O que se terá passado aqui? Não será suficientemente aliciante para um escritor já 'estabelecido' participar? Fica-lhe mal? Ou mesmo os autores já batidos concorreram com textos limitados e frágeis?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mais sugestões...

Como não teremos aula na segunda e, para quem animar, o João Barrento - especialista em Walter Benjamin, além de tradutor da obra do filósofo alemão em Portugal - irá apresentar uma palestra entitulada A cidade e a escrita. Ouvir Barrento a falar de Benjamin é das coisas mais imperdíveis de se fazer em Lisboa!



Encontros Literários

29.11.2010 às 18:30 hs

Goethe Institut- Campo de Mártires da Pólvora, 37, Lisboa

Entrada Livre


Para maiores informações:


Sugestões

Pessoal,

Aqui vai a sugestão de um site muito bom para se ter noção dos lançamentos e das discussões acerca do mundo da arte. O endereço é: www.aldaily.com. O site é uma espécie de portal que seleciona todas as matérias de cultura, principalmente literatura, de jornais e revistas dos EUA e da Europa.


Bom proveito!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Entrada quinta - Relatório de um lançamento


Estive a consultar o calendário de lançamentos, até que me lembrei que fui a alguns. Inconscientemente, mas fui.

O último que passo a relatar foi este ano no FIBDA - Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora. O nome parece atacar as mentes mais intelectuais, talvez sim, talvez não. Sejam fãs de banda desenhada, romance histórico, poesia, etc, é literatura. fui mais entusiasta, admito, mas fui com curiosidade àquele lançamento.
Sean Murphy é o seu nome, para mim desconhecido até então que veio lançar a sua Graphic Novel, Off Road em Portugal editada pela Kinping Books (apenas em Portugal).
De acordo com o que pude reter da aula, um lançamento difere tendo em atenção o público e o próprio livro. Daí o FIBDA ter sido o melhor local para o lançamento, local e o tempo, pois noutra ocasião e o livro teria passado por debaixo do radar de muitos fãs.
Num "canto" apropriado para a ocasião sentava-se Sean Murphy e o português Mário Freitas, proprietário da Kinping. O espaço era humilde, mas ao mesmo tempo directo para a ocasião, não houve uma festa, catering, música e pompa. Apenas gente a passar pela exposição que parava para ver o que se passava, e fãs. Havia uma mesa com alguns exemplares do livro, porque é isso que se quer. Não se pode vender peixe fresco sem a presença do dito cujo.
Iniciou-se com a apresentação do autor, falou-se dos projectos antigos do mesmo e do porquê de ter criado esta GN (Graphic Novel). Perguntas da praxe. O público, sempre tímido, lá teve o seu tempo de antena.
Fugiu a conversa e falou-se de comics em geral, parecia uma conversa de amigos, muito informal e íntimo. Acho que este tipo de lançamento pode dar-se ao luxo disto; uma coisa de fãs para fãs, todos entusiastas do mesmo. Não houve vedetas, egos, nem interesses no meio. pessoas que gostam do que fazem.
Sinceramente, não me pareceu um lançamento, mas um encontro de café onde se discutiram hobbies. É mau? Depende, aqui funciona perfeitamente. Funcionaria com outros lançamentos? Talvez sim, talvez não.
O público era novo, o material a ser lançado pode ser considerado diferente, o local onde foi lançado, por quem foi lançado, todos factores que podem ter influenciado este lançamento.
Mais, Portugal tem de sair do correcto e arriscar mais, sejam em lançamentos assim, ou em autores desconhecidos.

P.S: Não, ainda não li.

Lançamento: Edição e Editores

Mais um lançamento, desta feita de um livro sobre o mundo dos livros. Para além do convite tipicamente institucional (acima) há um de índole bem mais pessoal no blogue da livraria Culsete, em Setúbal.
(Publicado a pedido do professor).

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Segunda 29

Por impossibilidade técnica (deslocação do docente a um congresso profissional), e conforme ao aviso de hoje, na próxima 2ª 29 não há aula. Em Janeiro será dada uma aula de compensação. Pelo facto pedimos desculpas.

Aula 8: Lançamentos e afins

Proposta de sumário:
0. Ideologia: expressa e impressa (Exemplo: "Eu gosto de ler/viajar")
1. Em torno do lançamento
1.1. Exercício: desenhar uma estrutura padrão
1.2. Os passos em volta: casos, nuances, diferenças
1.3. Identificação dos passos principais
1.4. Para que serve um lançamento? (Funções: comunicação, festa, venda, etc.)
1.5. Uma coreografia pré-orquestrada
2. O best-seller é também uma preguiça do sistema
2.1. O caso Byblos e os erros de casting
2.2. Exemplo: Rio das Flores, o cómodo bolo de noiva
3. Calendário editorial: razão vs. realidade
(Faixa bónus: Os jornalistas, nossos amigos)

relato de lançamento - Viva Mexico! de Alexandra Lucas Coelho

[Viva Mexico! escrito pela jornalista Alexandra Lucas Coelho (Público), publicado na colecção Literatura de Viagens da editora Tinta da China.
Bar do Teatro da Barraca, 15 de Novembro, pelas 21h30]

Sou dos primeiros a chegar ao Cinearte, o bar da Barraca. É uma boa sala, preenchida por mesas quadrangulares com tampos de mármore em que assentam travessas cheias de tiras de milho e de outros acepipes mexicanos. De um lado a varanda, do outro um palco baixinho, junto do qual está montada uma banca em que se vendem o livro lançado hoje, Viva Mexico, e um outro da mesma autora, Caderno Afegão, publicado em 2009. Ao balcão está ao serviço um reputado livreiro especializado em poesia. Abeiro-me e ele pergunta o que vai ser. Aponto para o copo de outra pessoa e pergunto se é tequilla. Mescal, corrige. Peço um e ele adianta que não é oferecido. Digo que não estava à espera que fosse, ao que ele responde que não é nada pessoal, mas que ultimamente, nos lançamentos, há quem vá à espera que tudo seja grátis: bebidas, livros, sabe-se lá mais o quê. Acho por bem anotar esta impressão.

Abanco-me, beberico o mescal e petisco os acepipes. Ouve-se uma música apropriada à ocasião (não, não eram mariachis). Quase todos se parecem conhecer e ALC vai circulando, cumprimentando este e aquele. Vítor Silva Tavares, insigne editor e um dos apresentadores da obra, está ensimesmado a um canto, e de tempos a tempos alguém o saúda com reverência. Vão chegando mais pessoas: um escritor com um ritmo de produção intenso, um blogger activo no mundo dos livros, vários grandes repórteres, editores e mais uns quantos representantes das diversas patentes do jornalismo, um grupo de jovens com pinta de literatos-em-construção. As cadeiras vão ficando ocupadas, muita gente ficará em pé. Uma senhora aproxima-se e pergunta-me se me importo que se sente ali. Diz que não conhece ninguém, eu respondo-lhe que tão-pouco. Encetamos conversa: pergunta-me por que motivo estou ali, digo que é uma mistura de curiosidade e de compromisso académico. Já ela gosta de ler as reportagens e as crónicas de ALC e lá decidiu vir ao lançamento; comenta que estes ambientes a deixam um pouco desconfortável, que um filho dela, mais ou menos da minha idade, diz que estas coisas estão repletas de “pseudos” – pergunta-me se é uma expressão frequente hoje em dia.

O barman-livreiro chega-se ao palanque e com um berro saúda os presentes e pede-lhes a sua atenção, apresentando Miguel Martins, Vítor Silva Tavares e a autora. Esquece-se do coordenador da colecção, Carlos Vaz Marques, e volta atrás para o anunciar – risos na plateia. São dele as primeiras palavras, a voz é a mesma que se ouve na rádio: refere que ALC é a primeira autora a ter dois títulos na colecção; destaca as virtudes da sua escrita e o modo como o mercado recebeu bem o primeiro livro. Mais do que ele, diz, os dois outros intervenientes da noite saberão apresentar o livro – e passa-lhes a vez.

Primeiro Miguel Martins. Traz a sua comunicação já escrita e lê-la enquanto fuma. Começa com Malcolm Lowry e durante os dez minutos que demora a sua intervenção procura convencer a audiência de que não é de todo a pessoa apropriada para estar ali. Mais além da modéstia, falsa ou não, há um louvor à prosa de ALC e à sua capacidade de reportar aquele mundo com que se deparou e por onde ele, Miguel Martins, também andou. O final é insólito: oferece uns tacos à autora, afirmando que, podendo não ser grande coisa, serão certamente a melhor coisa que fez hoje. A plateia aplaude risonhamente.

Entra Vítor Silva Tavares em cena: começa por parodiar a situação, dizendo que está num sarilho porque é o primeiro lançamento em que se vê envolvido na sua vida – risos entre a audiência. Mas não podia recusar o pedido da autora. Cita um prefácio de Almada Negreiros à obra Homem de Barbas, de Manuel Lima, para falar da admiração, do que é admirar, passando depois a falar das razões que o levam a admirar a escrita de ALC – isto apesar de já não gostar assim tanto dos jornalistas de hoje em dia, acrescenta. Outro motivo para aceder ao convite, diz VST, foi o lugar, visto que o Cinearte lhe é querido por ter sido o seu primeiro cinema. É do Cinearte, aliás, que vem a sua primeira imagem do México: no filme Fantasia, de Walt Disney, entra um mexicano, de seu nome Panchito. Anos mais tarde, veria Viva Zapata! de Elia Kazan, com Marlon Brando. VST contrapõe estas suas referências de México com as que a autora cita no início do livro, anteriores à sua chegada ao país: Octavio Paz, Frida Kahlo, Lowry, Artraud, Trotsky… A conclusão a que se chega, afirma, é que ele não é um intelectual como ALC, gerando uma gargalhada na plateia. E daí para a frente serão muitas: VST tem uma série de passagens assinaladas e lê-as uma após outra. Brinca com a repórter, capta-lhe o estilo, procura desconstruí-lo. Elogia muitos dos trechos, critica uma ou outra. A páginas tantas, ALC descreve uma casa por onde passou como “parecendo uma utopia”. VST detecta uma “incongruência”, a utopia é lugar nenhum, diz, e conta uma pequena parábola a esse respeito: um homem dá um passo na direcção do horizonte e ele afasta-se outro tanto. Por que está lá o horizonte, então? Para nos fazer andar. A sala inteira está presa às palavras de VST, que segue por ali fora, de página em página, citando as palavras de ALC sobre as matanças junto à fronteira com os EUA, sobre os murais, sobre a Cidade do México, vinte milhões de seres humanos. Quando termina é brindado com uma estrondosa salva de palmas, que agradece uma vez, duas vezes, e à terceira berra “já chega!”

A autora parece estar comovida; agradece a Miguel Martins (está sempre a fumar) as palavras e os tacos, a VST por ser “um dos meus heróis de sempre”, a colegas do Público que a ajudaram na concretização do projecto, à designer, Vera Tavares, que fez “estas maravilhosas caveiras” da capa. E assim ficam as coisas, não cai o pano porque não o há. Voltam a música mexicana e o convívio. Carlos Vaz Marques tem de perseguir a autora para ela ir tratar dos autógrafos da praxe. Vítor Silva Tavares, já fora do palanque, volta ao seu canto.

João Cancela

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Aviso - Há aula

Segunda 22, obviamente, há aula, OK? Só transacto no dia seguinte. Senão teria avisado...

Entrevista com um Grande Editor

Vasco Teixeira
Para um editor escolar, editar ficção é fácil
Público, 17.11.2010 - Luís Miguel Queirós


Consolidada a liderança no livro escolar, Vasco Teixeira, responsável editorial da Porto Editora, achou que era tempo de apostar noutros domínios. Com a compra da Bertrand tornou-se, aos 55 anos, o rosto de um grupo que emprega 1400 pessoas e deverá facturar, em 2011, 150 milhões de euros. É um apologista da concentração editorial, porque esta evita que a indústria do livro fique nas mãos de estrangeiros e lhe dá melhores condições para enfrentar os desafios do digital
Com a compra da Bertrand, no final de Junho, a Porto Editora, até agora quase circunscrita ao livro escolar, tornou-se o maior grupo editorial português, valendo, em volume de negócios, praticamente o dobro da Leya. Vasco Teixeira, co-proprietário e o seu responsável editorial, diz que vai manter as chancelas, as livrarias e os funcionários da Bertrand. A maior ameaça que vê no futuro próximo é a pirataria informática, que, avisa, pode destruir o mercado do livro, como destruiu o da música.
Em 2002, comprou a Areal e a Lisboa Editora, ambas do ramo escolar, mas no início deste ano adquiriu a Sextante, o que já sugeria a intenção de entrar no mercado da ficção, agora confirmada com a compra da Bertrand. E já antes a Porto Editora lançara algumas colecções fora do escolar. Esta estratégia vinha sendo pensada há algum tempo?
Decidimos diversificar para a literatura em 2006. A questão já estava em cima da mesa desde meados dos anos 90, mas fomos privilegiando as novas tecnologias. Achámos que não íamos diversificar ao mesmo tempo em duas direcções e optámos pelo multimédia. Dez anos depois, quando já tínhamos feito 50 ou 60 CD-Rom e não sei quantas versões da Diciopédia, entendemos que estávamos preparados para entrar numa área muito diferente. Depois a Leya mandou borda fora o Manuel Alberto Valente, que era um dos principais activos da Asa, e tivemos a sorte de ele estar disponível. Isto foi em 2008; em 2009 comprámos a Sextante, e a seguir veio a Bertrand.
Falando agora no negócio da Bertrand...
Não é público, mas a Porto Editora já tinha tentado comprar a Bertrand em 2006 e perdeu para os alemães da Bertelsmann. Mas fomos estando atentos, porque sentíamos que o grupo Bertelsmann, mais tarde ou mais cedo, se iria desinteressar do mercado português. Ao venderem a Bertrand, fizeram alguma questão de saber quem tinham do lado de lá, que perspectivas havia para aquelas empresas.
Está a sugerir que não foi só pagar mais?
Muito provavelmente, não foi. É evidente que o dinheiro pesa muito, mas admito que não faltassem candidatos dispostos a pagar o mesmo que nós.
E quanto é que pagou?
Isso não foi divulgado, nem vai ser.
Em 2009, a Porto Editora teve um volume de negócios que rondou os 95 milhões de euros, ligeiramente superior ao da Leya. Que números espera com a entrada da Bertrand?
À volta de 150 milhões. Não duplicámos, mas andamos lá perto.
O interesse da Leya na Bertrand inflacionou o negócio?
Não me parece. A Leya, a certa altura, até disse que desistia. Havia um interessado espanhol, que ainda hoje não sei quem era.
O grupo Bertrand tem centenas de trabalhadores. Vai mantê-los?
São 600 e tal a juntar aos 700 e tal que já tínhamos. Faremos uma gestão rigorosa, mas neste momento não vejo razões nenhumas para não manter as pessoas. E quase de certeza manteremos as chancelas com as suas características próprias. Claro que as evoluções do mercado nos hão-de dizer se temos de manter, crescer ou diminuir. Algumas possíveis alterações resultarão do modo como o Governo português lidar com a questão da pirataria.
É uma ameaça grave no sector do livro?
Não no presente, mas para o futuro. Ao contrário do que está acontecer noutros países, onde se fazem leis e tomam medidas, em Portugal o fenómeno tem pouca visibilidade e não parece preocupar os responsáveis políticos. Mas quando os livros estiverem todos disponíveis em sites piratas - e isso vai acontecer nos próximos cinco a dez anos -, deixa de haver autores, editores e livrarias, e as bibliotecas vão passar a chamar-se museus, porque deixarão de ter livros novos.
Abstraindo-se dos seus interesses pessoais, acha que este fenómeno de concentração editorial em Portugal é saudável?
Acho que a concentração, num país pequeno como Portugal, é razoavelmente saudável, desde que seja regulada. O livro é um mercado difícil. E temos o desafio do digital. Se a Autoridade da Concorrência tivesse dito que não ao negócio, a Bertrand teria sido comprada por espanhóis e as suas políticas seriam definidas em Madrid. Se amanhã lhes interessasse fechar, fechavam.
Tem uma grande experiência no livro escolar, mas agora vai entrar noutro mundo, que implica, por exemplo, competir por autores...
Isso é o mais fácil. Há algum desconhecimento da função do editor escolar, que é de todos o mais polivalente. Imagine um livro de um autor português conhecido: a editora que o publica pouco ou nada faz. O autor escreve o livro e envia-o por email, e provavelmente sugere a imagem para a capa. A editora só tem de contratar um paginador. Se for ficção estrangeira, o editor tem uma intervenção importante na escolha do tradutor e no editing, e desempenha um papel muito relevante, que é o de fazer com que as obras cheguem ao público. Mas acrescenta pouco aos livros e as competências técnicas que se lhe exigem são restritas. Editar um livro escolar custa talvez 20 vezes mais, requer mais tempo e envolve muito mais pessoas. Para um editor escolar, publicar literatura ou ensaio é fácil. O difícil é gerir bem a linha editorial.
Mas antes de o autor entregar o original, foi preciso garantir que ele não o entregasse a outro.
Já foi assim.
Não acha que as transferências de quadros entre editoras mostram que há pessoas que ainda fazem a diferença?
Sim, mas porque os autores se sentem confortáveis a falar com alguém em quem confiam, e não tanto pelo valor que essa pessoa possa acrescentar ao livro.
Ainda assim, com esta abertura a um sector que conhece pior, não ficará mais dependente do conselho de terceiros?
Eu aprendo rápido. E temos um conjunto de gente muito capaz, mesmo na área literária. Não é por acaso que o agente do Vargas Llosa nos entregou o próximo romance dele [El Sueño del Celta] nas vésperas da atribuição do Nobel da Literatura. A Quetzal assinou o contrato, que eu validei, 15 dias antes do prémio.
E isso não se ficou a dever a Francisco José Viegas?
O Viegas já está há dois anos na Quetzal, e o Vargas Llosa publicou entretanto outros livros. Claro que é um excelente quadro e um óptimo director editorial da Quetzal, mas a Porto Editora veio trazer ao grupo Bertrand uma credibilidade ainda maior. E isso potencia as coisas.
Nas polémicas sobre o livro escolar, atribui-se muitas vezes o sucesso da Porto Editora ao facto de haver muitos professores ligados à empresa. E são os professores que escolhem os livros.
Os professores são muito rigorosos na análise dos livros. Sabem que vão ter de os usar durante seis anos e só se fossem masoquistas é que não escolhiam o que acham que será melhor para dar aos alunos. E o Ministério da Educação, cuja política tem aspectos com os quais não concordo, também introduziu algumas alterações que vieram tornar a selecção dos livros bastante rigorosa. Eu diria que esses comentários resultam de alguma inveja face à posição da Porto Editora no mercado do livro escolar.
Diz que não concorda com algumas políticas do ministério. Quer especificar?
A gestão política dos conteúdos educativos é muito preocupante. A legislação é razoavelmente liberal e todo o discurso político tem sido de apoio à indústria de conteúdos. No entanto, a prática do Ministério da Educação é o oposto disto, tem cedido à tentação de se tornar ele próprio produtor e gestor de conteúdos educativos. Faz, por exemplo, uma coisa chamada Portal das Escolas, onde coloca este tipo de conteúdos. Não se sabe quem os fez, nem quanto se gastou, e não foram certificados por ninguém, mas, ao colocá-los na Net, o ministério está a concorrer directamente com a indústria.
A Porto Editora foi pioneira, em Portugal, no sector do multimédia. Acha que o futuro do livro está no digital?
Acho que não, acho que o papel e o digital vão ser complementares. Está tudo ainda no início, quer do ponto de vista tecnológico, quer do ponto de vista legislativo. Ou me engano muito ou vamos assistir, na edição, a transformações comparáveis às que aconteceram na rádio, no cinema e na televisão: um novo meio não acaba com o anterior, mas altera-o.
Mas alguns tipos de livros, como as enciclopédias, podem vir a desaparecer rapidamente?
Essas já desapareceram. Não faz sentido editá-las em papel. Os dicionários em vários volumes também vão desaparecer, e o mesmo sucederá aos manuais para o ensino superior, muito técnicos e muito caros. Alguns livros desaparecerão por razões de funcionalidade, outros por motivos económicos. O digital é mais barato e de mais fácil acesso. Mas tudo isto irá depender muito das gerações futuras. O meu palpite é que os miúdos que hoje têm cinco ou seis anos irão ler muito poucos livros em papel, quando chegarem à idade adulta. E nós, se calhar, daqui a 20 anos ainda os leremos.
Em termos económicos, qual é hoje o peso do multimédia na Porto Editora?
É pouco, menos de cinco por cento.
Mas fazem investimentos consideráveis nessa área?
Investimos, porque acreditamos que o multimédia vai complementar o papel, e, se não investíssemos agora, perceberíamos daqui a uns anos que isso tinha sido fatal.
A Bertrand, enquanto grupo livreiro, não tinha muito boa reputação entre os editores. Vai manter as livrarias?
A Bertrand teve dificuldades financeiras, sobretudo antes de ser vendida ao grupo Bertelsmann, ainda que nem todos os problemas tenham sido resolvidos. Algumas das críticas já estão ultrapassadas, mas há trabalho a fazer. Já aumentámos uma livraria e admitimos pessoas. Não sei se vamos fechar alguma que funcione mal, mas não vamos vender.
Isso implica que a Porto Editora apostará decisivamente no mercado livreiro?
Já tínhamos experiência no retalho. Não tínhamos era uma presença forte, porque não achávamos importante tê-la. Isso mudou com a aquisição da Bertrand, que tem um conjunto de 54 livrarias a funcionar razoavelmente bem.
Nas livrarias, vai concorrer com as Fnac?
Um pouco, mas as Fnac têm vindo a crescer muito na área das tecnologias, onde concorrem com as Worten e a Rádio Popular, e perderam peso no livro.
Do ponto de vista dos leitores, um dos problemas em Portugal é não haver livrarias de fundos.
Não há fundos nem vai haver. Isso passou para o online.
Até se tentou fazer uma grande livraria de fundos em Lisboa - a Byblos, de Américo Areal -, mas não durou muito.
O mercado do livro não é elástico. Foi uma coisa que todos aprendemos. Se tenho uma livraria com três mil metros quadrados, que era o tamanho da Byblos, não vendo mais do que venderia numa com 200 metros quadrados. Pelo menos naquele sítio, atrás das Amoreiras, onde passa o camião do lixo.
Um fenómeno relativamente recente é o facto de muitos livros começarem a já não aparecer nas Fnac e Bertrand do Porto. Vê-se isso, por exemplo, na poesia.
É um facto que o Porto é marginal. É uma questão de escala, de dimensão, de poder de compra. É um fatalismo. Se me perguntar se daqui a dez anos ainda se edita poesia em Portugal, dir-lhe-ei que não. Quando muito, teremos algumas edições artesanais.
Mas também têm nascido pequenas livrarias especializadas.
E haverá mercado para isso. Para o tipo que faz uma edição de 30 ou 50 exemplares, que os amantes de poesia comprarão.
A Leya já está no Brasil e o grupo Babel, de Paulo Teixeira Pinto, anunciou que irá lá construir uma editora de raiz. A Porto Editora não vai seguir este caminho?
Aquilo que a língua nos facilita no Brasil já não é tanto quanto isso. Os livros têm de ser muito adaptados e, no multimédia, as locuções têm de ser todas refeitas, porque a forma de construção das frases é muito diferente. E o Brasil tem hoje grupos editoriais fortes e instalados. Claro que também lá há muitas oportunidades, mas entendemos que devíamos diversificar mais em Portugal e estabilizar estes novos crescimentos. Desde 2009 que temos estado empenhados no negócio da Bertrand, e há uma década que vimos crescendo consistentemente em África, em Angola e Moçambique.
Não acredita, portanto, na retórica de que o acordo ortográfico facilitará o intercâmbio editorial entre Portugal e o Brasil?
Não acredito nada. Aliás, já há provas disso. O Brasil aplicou o acordo há dois anos e, portanto, os livros brasileiros já deviam estar todos a circular por aí. Não vejo nada, não veio nem mais um livro do Brasil por causa disso.
O brasileiro é uma língua que ainda não se assumiu como autónoma, mas que tende para se autonomizar do português. O acordo é um pequeno remendo. E tem vários erros técnicos. Os editores foram sempre contra o acordo até ele ser aprovado, mas por razões mais técnicas do que comerciais ou ideológicas. Não nos aquece nem nos arrefece, mas cria problemas em África. E a isso se deve, creio eu, este compasso de espera na sua aplicação. O Governo sabe que o acordo não resolve nada na relação com o Brasil, mas, se o aplicarmos de forma teimosa e cega, corremos o risco de nos afastarmos do português que se escreve em África, que é igual ao nosso, porque Angola e Moçambique ainda não ratificaram o acordo.

Quem quer trabalhar na Porto Editora?

É o maior grupo editorial do país, depois da aquisição da Bertrand. Deu uma larga entrevista ao Público.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

viva mexico

Viva Mexico, da jornalista Alexandra Lucas Coelho, vai ser lançado hoje à noite n' A Barraca. A apresentação está a cargo de Vítor Silva Tavares e de Miguel Martins.

domingo, 14 de novembro de 2010

Contracapa Fictícia


Aqui está a minha proposta de Contracapa. Trata-se de uma Contracapa para um livro que não existe. O que existe é o conteúdo. Contos que têm como fio condutor dois elementos. O Amor e a Morte. Eros e Thanatos. E o que posso dizer desta contracapa? Não é esta ainda... Mas ainda estou muito no início nestas andanças...

sábado, 13 de novembro de 2010

Afinal, o que é um livro?

Encontrei este artigo que achei interessante. Foi publicado na revista Pública, do jornal PÚBLICO de 24 de Outubro de 2010 e pode ser encontrado aqui: http://www.ciberescritas.com/?p=8922

"O que é um livro?

Voltamos ao mesmo tema. O que é um livro? Tem havido uma evolução ao longo dos séculos mas a verdade é que os livros são um símbolo de liberdade, diz Chris e acrescenta: “E agora chegou a altura de criarmos novos livros.” Na verdade, eles já estão por aí. Já existem livros com texto tradicional a que se juntam ficheiros áudio, notas, vídeos, etc. “Isso parece-me ser muito chato, é só um primeiro passo, acredito que vão aparecer por aí uns Beatles com novas ideias”, diz Chris Meade, para quem a verdadeira revolução são os conteúdos.

Este é um momento tal como quando se inventou a rádio e se esperava que alguma coisa brilhante fosse feita. “Acontece sempre assim. Primeiro, transportamos para o novo meio aquilo que já conhecemos. Colocamos um texto de Charles Dickens e um vídeo, mas o momento verdadeiramente emocionante vai ser quando alguém, um génio, inventar alguma coisa que nunca foi feita. Acredito que é possível fazê-lo agora, não se trata só de termos disponível a tecnologia, tratase também da nossa relação com a obra”, acrescenta.

As pessoas costumavam escrever ficção porque tinham o controlo, uma pessoa podia criar um mundo inteiro sentada à sua secretária. Pelo contrário, um filme já envolvia um realizador, uma equipa, um grande orçamento. Há muitos anos, para se fazer um CD-ROM, era necessário um grande investimento, agora um escritor pode fazer vídeos muito baratos, pode misturar uma data de coisas sempre com o seu ponto de vista autoral utilizado em diferentes media."

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Proposta de capa e contracapa feitas por mim


Não se trata propriamente de um livro ficcional, pois foi o segundo que publiquei em Dezembro de 2008. apesar de pouco ou nada lhe fazer publicidade. A capa que figura nessa primeira edição foi igualmente feita por mim, estando a cores, mas há muito que ela não me satisfaz e aproveitei para fazer uma nova, resultando nesta que aqui coloco.
A fotografia da capa foi tirada por mim, tal como acontece na edição que se encontra nas livrarias. O excerto da contracapa é do prefácio que acompanha o livro e que foi escrito pela Professora Doutora Paula Cristina Costa, docente da FCSH. 
O excerto da contracapa original é diferente deste e foi escolhido pela própria editora, não tendo eu na altura colocado entraves a isso.  

Defendo que o grafismo de um livro deve ser o mais simples possível, para evitar ao máximo a tendência de julgar o conteúdo pela capa (e contracapa). Pode ter algo que prenda a atenção, mas que não comprometa a sobriedade do conjunto. 
A escolha da imagem da capa, neste caso, deve-se muito à inclinação do caminho e à escuridão que o acompanha do lado esquerdo, dando-lhe uma certa peculiaridade e contrariando provocadoramente a banalidade que imagens deste género com bancos de jardim têm  e que aparecem constantemente em capas de livros. 
Para mim é uma forma de chamar à atenção das pessoas para a possibilidade de se poder sempre apresentar uma imagem frequente, mas que não tem de ser necessariamente repetitiva, como acontece com esta fotografia, que puxa o olhar para a inclinação em direcção ao muro que separa o caminho do precipício, como se o conduzisse até ele.

Desde já peço desculpa pelo acto de publicidade manhosa, que não foi de todo intenção, mas não consegui pensar em nada criativo para uma capa e contracapa fictícias. Foi o meu último recurso, preferindo expor-me publicamente a faltar com o compromisso de apresentar trabalho feito.

Quem tiver interesse em ver a capa original:

http://www.ediumeditores.org/livros/poesia/art-9789898169337/ana-limao-ferreira-resquicios.aspx

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Capa e contracapa


A capa que tenho para vos mostrar é a d' O Filósofo e o Lobo - o que a Selva nos pode ensinar sobre o Amor, a Morte e a Felicidade. de Mark Rowlands.
Considero a composição da capa simples, mas eficaz. O título adequa-se na perfeição ao conteúdo da obra. Noutros blogs e sites, li alguns comentários de leitores que estavam à espera de um livro do género do Marley e Eu. No entanto, o título e o subtítulo deste livro não enganam.

Na contracapa, apresenta-se no topo, em negrito, uma crítica do Professor Doutor Andrew Lizney da Universidade de Oxford e em baixo um breve resumo da obra.
O nome da editora aparece em baixo e, no fim, aparece "Ciências Humanas e Sociais > filosofia"

Nem todos os leitores parecem confiar nos títulos nem dos dados das capas e contracapas dos livros, mas considero que este é um bom exemplo de edição de capa e contracapa.

Mosto aqui a capa, mas não consegui encontrar a contracapa online.

Contracapa Fictícia


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Em jeito de esclarecimento

Aqui fica uma breve explicação para a pseudo-contracapa que esbocei (vide “Uma contracapa”, há uns dias atrás...), a qual não foi possível dar na passada aula, dado o adiantado da hora.
Lewis Strauss é um filho de Lewis Carrol e Claude Lévi-Strauss. Esqueçamos as impossibilidades biológicas, cronológicas, etc., etc.. Assim, Alice no País das Maravilhas + Tristes Trópicos = Alice nos Trópicos.
Trata-se de um jogo proposto por Umberto Eco no Segundo Diário Mínimo. Através dos nomes de duas personalidades, reais ou fictícias, cria-se o autor de um livro cujo título é uma simbiose das obras (num sentido muito lato) dos dois autores originais. Por exemplo: Filipe Roth, Pastoral Castelhana, ou o referido H. G. Allen, o da crítica entusiasta e sintética à Alice nos Trópicos, autor do best-seller de ficção científica A Guerra da Rádio. Enfim, uma solução para a falta de criatividade e um bom remédio para as insónias, melhor do que contar carneiros.
E quanto à Alice? Bem, eu creio que foi ela quem matou o marido. Inveja do pénis, dizem as más línguas.
Carla Vieira

Uma editora-estrela sobre contracapas e badanas

Um pequeno texto de uma editora, uma editora-estrela, a achadora de novos talentos do Grupo Leya, sobre contracapas e badanas.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Contracapa Fictícia



Finalmente a Contracapa que eu criei

Esta é a contracapa (inclui badana) de um livro que não exite nem poderia existir, pois foi escrito num mundo que também não exite, ou pelo menos não existia até ter começado este trabalho. Quem o escreveu foi o meu grande amigo de há muitos anos Aughust, que só existe à alguns dias. O mundo em que ele vive fui criando à medida que meditava sobre a melhor maneira de vos transmitir esta ideia com apenas uma contracapa.

Espero que gostem.

P.S.: Este mundo pertence a um subgênero fascinante do fantástico, o Steampunk.

Comentário Contracapa


Triologia das Jóias Negras insere-se no estilo Dark Fantasy, e esta é a contracapa do primeiro volume. Para além da triologia das Jóias Negras existem mais alguns títulos da autora Anne Bishop (sobre os quais a minha opinião não é das melhores e como tal não me debruçarei muito sobre o tema). Todos os livros referentes a este mundo fantástico têm capas similares. Os Floreados que podemos ver nesta contracapa marcam um estilo igualmente presente em todos os outros livros, diferenciados apenas pela cor, os tons de castanho, na minha opinião, acentua especialmente bem para o efeito pretendido. Como variante, noutros títulos existe o verde, o azul, o vermelho, e até o roxo. Também a imagem que podemos ver varia de livro para livro, sempre numa tentativa de elucidar um pouco sobre o mundo que se vai viver ao folhear as páginas. Neste caso, a imagem não é particularmente esclarecedora, facto compreensível, dado que é o primeiro, e nunca é fácil iniciar um novo mundo fantástico com apenas uma capa para o demonstrar. A contra-capa não faz referência à autora, excepto na badana, onde podemos encontrar comentários lisonjeadores de jornais competentes para o acto. Em contra partida, o texto acerca do conteúdo ocupa uma boa parte da página, pois como já referi, partilhar a ideia do mundo fantástico que se criou em alguns elementos e palavras não é de todo fácil. Outro elemento importante a destacar é o logo da colecção Bang! à qual pertence, naturalmente este livro e os seus procedentes, esta colecção pertence á editora Saída de Emergência e é inteiramente dedicado a publicações do género literário fantástico. Para terminar, e como a publicidade não pode deixar de marcar a sua influência, temos o círculo, que embora de tons concordantes com a capa não deixa de arruinar um pouco a sua estética e que infelizmente não é removível, onde podemos ler “Vencedor do Crowford Memorial Fantasy Award.

Apresentação e Comentário Capa


Boa noite,

Apresento-me pela primeira vez no blog para vos mostrar o resultados que consegui alcançar após algumas horas inquietas.

Comecemos pela capa, pensei em apresentar a capa de “O Hobbit” mas vi que já alguém o fez, pensei em vos mostrar a “As crónicas do Abismo”, mas talvez o steampunk não seja o estilo mais indicado a apresentar aqui, estive prestes a comentar Alice in Wonderland, mas não quero acrescentar nada ao trabalho de criação elaborado referente a este livro (excelente trabalho, aproveito para opinar, dado que Lowis Carol me acompanha há já algum tempo).

A capa que tenho para vos mostrar merece o seu mérito, trata-se do Livro Jhonathan Strange e o Sr. Norrel, que pode talvez ser considerado uma obra do género realismo mágico. Uma história passada na Primeira Grande Guerra, mas, como tudo o que me acostumei a ler, com um toque (um grande e profundo toque) de fantasia. A história demorou mais de uma década a ser escrita, dadas as suas implicações de caracter histórico, de modo a que nos fosse apresentada do modo mais coerente possível. Leva-nos a acompanhar dois magos, os últimos magos de Inglaterra, e da sua relação inconstante. É um livro bastante cavalheiresco que recria uma Londres do Séc. XIX ainda mais bela que a real (opina o viciado em fantasia e magia). A capa propriamente dita é extremamente simples e elegante, pode ser encontrada em branco, preto, ou vermelho, com os restantes elementos em preto, no caso da capa branca, e em branco no caso da capa preta e vermelha. O nome Jonathan strange aparece bem grande no topo da capa num tipo de letra que faz lembrar uma máquina de escrever com alguma falha de precisão, seguido pelo símbolo “&” (na versão portuguesa encontramos um pequeno e tímido “o” ao lado deste “&”, como se não devesse estar lá ou alguém desejasse que não o vissemos). De seguida vem, em tamanho menor, o que não é de todo uma escolha á toa, o nome Sr. Norrel (ou Mr. Norrel, no original). Este facto de diferença de tamanho de letra deve-se não à diferença de importância de personagens, mas sim à diferença de Carisma, algo extremamente visível ao longo da leitura. Seguidamente, por ordem vertical cima-baixo, a silhueta de um corvo em pleno vôo (um símbolo bastante conhecido pelos fãs desta obra) destaca-se como o único símbolo gráfico da capa, algo que só pode ser compreendido depois de lermos sobre o Rei Corvo e toda a história que o envolve. Já perto do fim da página, está o nome da autora, Susana Clark, no mesmo estilo de letra que o nome das personagens foi escrito, mas numa fonte menor que a do MR. Norrel, realçando maior importância para a obra do que para a autora. Finalmente, temos o nome da editora discreto mas visível, dada a simplicidade da capa. Em algumas edições é possível que os nossos olhos se ofusquem com um berrante triângulo vermelho que não devia lá estar que nos informa que mais de 650 mil exemplares foram vendidos na língua Inglesa, um mal necessário para apelar á venda do produto. Um mal que felizmente é autocolante e poderá ser retirado sem dificuldades.

Devo acrescentar que algo que me surpreendeu pela positiva, e que contribuiu para a minha aprovação estética desta capa, é a sua fidelidade ao original, que em quase nada difere, excepto em tamanho, pois o formato é menor como, aliás, a esmagadora maioria dos livros de origem Inglesa.

Have fun?


Capas, capinhas ou caponas? Divertem só de olhar (ou como cumprir - bem - a função). Have fun tonight. Eu é mais auto-route de quatro pistes, cent cinquant-duzentos. Lufa-lufa, dinheirinho.


Proposta de contra-capa







Eis a minha proposta de contra-capa. Como eu não consegui scannear o livro fica um "protótipo" dela.



domingo, 7 de novembro de 2010

Contracapa


Fica aqui uma sugestão de contracapa para um livro que já existe e muito conhecido Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.
Decidi não colocar a figura da Alice na contracapa porque esta já apareceria na capa. Aqui a cadeira está vazia como símbolo do retorno de Alice à realidade e de algum modo, para facilitar a leitura.

Análise de uma contracapa


A obra 100 Quadros Portugueses no Século XX é uma compilação que inclui a exposição de alguns quadros de pintores conhecidos (ao todo 60 artistas), cuja obra teve grande significado para Portugal. Este livro contém exactamente 100 quadros analisados do ponto de vista histórico e estético por José-Augusto França. Pintores importantes como Rafael Bordalo Pinheiro, D. Carlos de Bragança, Eduardo Viana, Mário Eloy, Amadeo de Souza-Cardoso, entre muitos outros marcam aqui a sua presença e as suas tendências.
A contracapa apresenta-se como uma espécie de "índice visual" formado por fragmentos das diversas obras ( as 100) presentes no seu interior. A ordem pela qual estes fragmentos aparecem corresponde, quase na totalidade, à mesma ordem com que as obras aparecem no interior do livro. O facto de conter apenas uma parte das pinturas conhecidas torna a contracapa muito colorida e apelativa. A contracapa é idêntica à capa, sendo que a primeira apresenta em letras muito mais pequenas o nome da obra e do autor desta compilação. Ao contrário da capa, esta não tem o nome da editora, Quetzal Editores.

Contracapa

Peço desculpa enganei-me e não mandei a imagem, mas aqui fica então a minha sugestão de uma contracapa.


Contracapa

Aqui fica a minha sugestão de uma contracapa.

uma contracapa que não existe

Cá está a minha proposta de contracapa, inspirada por um filme que vi ontem. Nem livro nem autor existem. Já Nicolae Ceauşescu, não há dúvida, foi real.
Além de fornecer uma breve nota biográfica do autor, recorro ao expediente clássico de citar uma opinião laudatória. Para tornar a contracapa mais verosímil, inseri também um código de barras e o logótipo de uma editora (Edições 70) que publica obras deste tipo.


João Cancela

sábado, 6 de novembro de 2010

Entrada Quarta


Eis a minha contracapa. A minha, ou daquele personagem anónimo editado pela Blaze Editora...
Este trabalho vem no seguimento de um outro trabalho para a disciplina de informática para a edição, onde temos de fazer uma capa, eis, então, a contracapa do livro "O sítio onde os gatos vão morrer."

Esqueci-me de um ponto final...

Uma contracapa



Lewis Strauss, Alice nos Trópicos, Lisboa, Lugar dos Papéis, 2010
Carla Vieira


twitteditar, googeditar




Deve ser um grande desafio de edição: 1792 páginas, 410 mil entradas.
[Para aquisição e apresentação na aula, aceitam-se acção de mecenato, contribuições, esmolas, subsídios, subornos, subvenções, etc.]

Quatro capas - a última



L.P.

Nemesis

Escolhi esta capa como uma das minhas preferidas não só por esta capa em si, mas como capa representativa de toda esta colecção de livros de Agatha Christie publicada pela ASA. A colecção já conta, se não me engano, com 60 volumes e é uma colecção que tenho vindo a acompanhar desde a publicação do primeiro livro, em Setembro de 2001. São, na minha opinião, capas muito bem conseguidas, muito chamativas e bastante bem ligadas ao tema do livro. Todas elas contam com uma imagem de fundo muito forte e apelativa. Do lado esquerdo pode ver-se uma representação da assinatura da própria autora, a branco, encimada por "Obras de", perfazendo o nome da colecção - Obras de Agatha Christie. Todos os títulos aparecem inscritos a branco num rectângulo preto, do lado direito. Uma vasta colecção que fica bem em qualquer estante.

Quatro capas - capa 3



L.P.

A professora de piano

Esta capa fascinou-me essencialmente pelas cores e pelo seu cariz antigo. Ainda não li o livro, talvez seja uma desilusão e me arrependa finalmente de escolher o livro pela capa (já se dizia Never judge a book by its cover). Embora não seja perceptível na imagem, por toda a capa há círculos em relevo que praticamente só se vêem ao inclinar o livro. O nome da autora aparece ao topo da capa. O título, de dimensões consideráveis, é o elemento escrito de maior destaque. Por baixo do título, com pouca presença, o género literário. Romance.