segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Luís Sepúlveda: Histórias daqui e dali



O lançamento do livro de Luís Sepúlveda, Histórias daqui e dali, teve lugar na Fnac do Colombo no dia 23 de Novembro de 2010, ás 18.30h.
O livro encontrava-se exposto em várias partes do café da Fnac - local do lançamento - e este tinha uma promoção com 20% de desconto e oferta de um notebook.
A sessão começou com uma apresentação do editor sobre o autor. O editor nunca se apresentou, por esse motivo não consegui descobrir o seu nome. A Porto Editora edita este autor desde de 2008. Esta está também a reeditar toda a obra do autor posterior a 2008. Falou um pouco do livro a ser apresentado dizendo que este não é um romance. Luís sabe contar histórias como ninguém, e estas, nasceram das suas viagens e vivências do quotidiano. Os seus romances são um marco na literatura latino-americana.
O editor terminou a apresentação comunicando que em Janeiro de 2011 vai sair uma reedição do livro Pantagónia Express, passando assim a palavra ao autor.
O autor começa por dizer que lhe é difícil falar sobre um livro que ainda se encontra tão fresco. Este livro nasceu num dia que Luís decidiu organizar várias pilhas de papéis escritos que se encontravam no seu escritório. Apareceu entre esses papéis um texto que ele havia escrito em 1990. Nesse ano ele tinha regressado ao Chile após três anos de exílio na Alemanha e de se terem passsado seis anos de ditadura no Chile. Ele não queria regressar ao seu país, pois, tinha medo de ver o que iria encontrar dos locais onde crescera. Anos antes ele tinha participado num evento de benificiência na Alemanha a favor do Chile. Aí conheceu uma fotógrafa que lhe mostrou algumas fotografias que tinha tirado quando foi em trabalho. Uma fotografia chamou-lhe a atenção; era de um grupo de jovens - idades compreendidas entre 1 até aos 14 anos - que pousavam para a máquina fotográfica com muita ternura. Eram crinaças pobres que brincavam na rua. Luís questinou-se por quanto tempo eles iriam manter essa ternura, por quanto tempo a ditadura os iria deixar ser puros e inocentes. Ele quando voltou ao Chile queria encontrar aquelas crianças e tirar outra fotografia. Descobriu que uma delas tinha sido assassinada por roubar comida. Ao ler esta história o autor peguntou-se a si mesmo porque nunca tinha publicado este texto. Ele considera-se um autor de romances e contos mas também se considera um jornalista.
Considera-se um jornalista rigoroso e considera este estilo um estilo literário.
Contou outra história sobre a imprensa chilena que passou semanas a relatar a notícia de um milionário que tinha perdido toda a sua fortuna. Havia uma rapariga pobre que era muito bonita por isso decidiu viver da sua beleza - o autor considera esta forma de viver uma forma de prostituição - tornando-se miss. Como era muito magra foi pressionada a fazer implantes nos glúteos. Foi operada por um médico que nunca tinha feito operações estéticas na vida. A rapariga acabou por morrer na mesa de operações, e a esta história, a imprensa dedicou apenas cinco linhas. Ele afirma que tem uma espécie de íman para estas histórias.
Ele escreveu, também, este livro para homenagear os seus amigos, fazendo com que estes vivam para sempre nestes textos.
Termina a apresentação dizendo que escreve para os seus leitores e considera-se um homem de esquerda.
Após terminar a apresentação começam as perguntas. Um homem pergunta-lhe sobre Salvador Allende e as recordações que este tem dele. O escritor diz que já lhe deram muitos prémios, mas para ele a maior honra de todas foi ter feito parte da escolta pessoal de Allende. Descreve este como um homem muito positivo e com muito sentido de humor. Adorava filmes italianos e mandava abrir gelatarias as 4h da manhã porque lhe apetecia um gelado. Era um homem preocupado com aqueles que o rodeavam. O autor diz que está a escrever um livro que já tem título definido, Os anos felizes, onde fala da sua experiência com Allende e dos anos 60 e 70 vividos no Chile.
Por fim, o autor responde a uma pergunta sobre os seus métodos de escrita. Este diz-se muito disciplinado escrevendo todos os dias e segue o método de Hemingway, não come antes e durante o processo de escrita, para que nada se intrometa no processo criativo. Tem uma fotografia de Allende e antes de escrever diz para a imagem, “Companheiro conheceste-me um homem decente e continuo a lutar para me manter decente”. Por fim é a sessão de autógrafos e termina assim o lançamento.

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